“Eu gosto de textos simples. Pra que tanta aprofundação?
Escrevo querendo risada, doce rajada de excitação...
Mas que a língua se faz de metida, tem ponta fendida, que
excreta e faz absorção.
Conta história de vida impelida entre dois caminhos em bifurcação
por um lado rebola em troar que alarda,
por outro, conflui em soar
que ajunta...
E nisso, o radical se adunca,
perde o vigor da tônica-ação,
elabora o consentimento...
O velho guerrilheiro, entretanto, nos pede guarita. Usa
óculos e vem de bengala na mão. Quando pousa os olhos, para o giro, é só visão.
Quando bate o pé, no ritmo, o som tá bão...
~ quem lembra os radicais que apontam é o velho guerreiro, que sinaliza
razão, murmura emoção, e guia com a chama da intuição ~
Mas pra que ao alto eu não seque, me leva por bom solo
E pra que abaixo eu revolva, me torna o passo fecundo
E que eu seja todo um mundo em direção...
Ao alto da montanha e além
eu, o velho e quem vier...
Pra mais do que planícies
Largos horizontes
De abraços que cruzam abismos
em amizades que sobem o monte
E lá no alto...
Através de mim andraja o velho hermeneuta
Dispersando da capa sementes infindas
Humilde maestro do verso esquecido
Sussurra no vento a palavra da vida
Silêncio fecundo