quarta-feira, 28 de novembro de 2012


EM SI MESMO
Ativo e passivo
Ação e reação
Sadismo e masoquismo
Voyeur e exibição
Sujeito e objeto
MASTURBAÇÂO!

terça-feira, 27 de novembro de 2012


A gota completa a gruta. E a gruta é lago se a gravidade estiver de lado.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Pradarias descampadas ao relento.
Sinto o vento volver, mas não há cata-vento.
Não há pás coloridas, nem sequer moinho.
Não há o que cate os ventos e lhes dê caminho.
Não há no ar folhas ou flores campestres.
Não há lugar, escolhas ou valores sedestres.

Sou torvelinho em mim mesmo.
O vazio é senda rodopiando a esmo

domingo, 25 de novembro de 2012



Outros tempos. Móveis de Jequitibá.  E o segredo do amor em cada "como preparar".
Outros alimentos. Um Antigo sofá. Espanador de pó e óleo de lustrar.
Outros unguentos. Tradição quiçá. Por sobre ele uma manta na qual o Sol vinha roçar.
Outros cumprimentos. Bolo de fubá. Olhava-se nos olhos ao se cumprimentar.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012


Festa na Floresta

Pajé e seu amigo se elevaram entre a tribo.
Homem branco e seu cativo colocaram o pé no estribo.
Qual seria o desenlace? A tensão tava no ar.
Mas desfez-se o impasse, "fuma quem quiser fumar".

E ardeu a noite inteira, entre troncos e toras.
Com ou sem piteira, pra cada amante da fauna e flora.
Homem branco ficou na boa, negão também
Não traiu o trato com a patroa, mas todo mundo se deu bem!

E é isso que importa na festa da mata
Cada um traz suas crenças, não tem errata.
Apareceu até bacante carregando destilado.
E mais tarde um mercante, todo atabalhoado.

Betânia, Sorriso, Rosada e quem já passa,
Valeu o improviso, até a próxima fumaça.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Nosso Ninho.

Queria secar como folha e ser levado pelo vento,
Que estourassem como bolhas as agruras desse tempo.
E nas ondas da piscina, precipitasse a chuva,
Que lavaria a tua sina e teu solo para as uvas.

Queria estancar a ferida mesmo sendo pensamento,
Que houvesse uma saída para esse contratempo.
E na cobertura da floresta, permanecesse o ninho,
No qual também se fazem festas e se oferece vinho.

Mas é ‘também’ e não ‘somente’!
Ai dessa casa se ficar sem a gente.
Ai da semente se ficar sem ardor.

Não é de costas, mas de frente!
Que o pássaro vê e escapa à serpente,
Que a perfídia... É suplantada pelo amor. 
zipped

O veneno escorre em mim. Queima de tão ácido. Antes eu pudesse devolve-lo, em pérfidas palavras, as quais eu vociferaria como lanças letais. Mas não se faz arma, faz-se mortalha. E retumba entre minhas têmporas como o berro de uma Banshee, em ciranda histérica de palavras ecoando, que planejam dizer-me morto e lacrar-me, quando desfalecido cair. A sete palmos de terra hão de me ter sepultado, porque o desertor em mim atiça o irreverente neles. E o sonho tem que continuar.
Querem libar à decadência de minha decência... à vida eterna de minha morte. O meu sumiço, como se fosse parar neles. Mas eu sou a eles. E eu resisto. Eles são a mim e eu entendo. Ainda não sou bom o bastante. Mas hei de ser. E inteiro, sem enxovalhar.
29/10/12





Eu,
Tu,
Eternos acasos,
Colidindo anônimos, aleatórios, até nosso inevitável ocaso.

Leva-o, devora-o, rápido o momento!
É tudo que temos.
 
O que te trouxeste aqui? O que levarás daqui?
A primeira influencia à segunda, assim como o passado ao futuro - por meio deste - o presente.

Mas tudo, tudo o que temos é o agora.

Por isso, como recordação, tome um pouco dessa purpurina fosca.
E não te frustres.
Nem os que mais se empenharam passaram de fogos de artifício tentando ser cometas.

27/04/10