quarta-feira, 25 de março de 2015




Tdam... Tdrum...
Finos dedos brancos
Em teclas invisíveis
Sobe e desce, sobe e desce
Acumula e pinga

Uma estrela no universo
Num lago reflexo
De bordas suaves
Com ondas que vêm e vão

Desvelando margens de prazer
Em praias silentes
Onde flores silvestres
Desabrocham meninas coloridas
que se penduram às barbas 
de bárbaras árvores avós
entre fadas verdes, azuis e vermelhas
Ao sono do Vô Sol

[Já vai tarde por aqui
E eu também tenho que ir
Mais tarde retorno
Você sabe m'encontrar
Estou em toda parte
E em cada lugar]

Entre buques de luz
Vários. Todos.
Os seres
Desabrocham

Sendo a própria natureza
-
Regendo os ciclos
-
Como os bosques bebem a chuva


[ler junto a música Pluvius Aestivus do Pain of Salvation]
Original: 03/06/2013
Quando vi que era porto, parti 

Quando vi que era porto em que estava,
Me fiz caravela e parti
Partindo o mar em dois braços
As espumas atrás em enlaço
Selando meu rasgo no mundo

Ademais o naufrágio
Ou o como diz o adágio:
Seja o que deus quiser.




O nada me sobrepujou,
Jogou-me num triste vazio.
Sozinho tentava escapar,
Mas não havia caminho.
As portas, janelas, passagens
Desmanchavam em miragens e ilusão.
O chão se estendia sem fim,
De mim a qualquer direção.
A luz era débil e fria,
Afundava nos ombros um peso,
Preso no fundo do mar,
Vagava eu a esmo sem termo.
No ermo império do mudo,
Cemitério de todo sentido
Esvaído o desejo-insumo
Estrangula a palavra sem grito
 

26/02/15