quarta-feira, 5 de outubro de 2016

pra honrar meus mortos:
quem me veio? praonde vai?
caverna de entranhas
também vou passar


ergo um templo
pro que vem ter do que foi

canto o tempo: escassoestico, aplico,
amasso, aperto, inflo,
alargo o colosso, malaxo seu torço, 
aqueço o sopro, carrego o rogo
dourada casca miolo de pão

comunidade sem resposta
marcha fúnebre em jejum
véu final que não solta
deixa largar, deixo o lagar
alagar de vinho tinto
revive esse presépio
que hoje é noite do burro
Volta Dionísio, faz festa por 3 dias
Volta farra boa, sarra a filha e a patroa
Volta boi da farra, faz a festa na seára
Volta vaca amada, da sua teta via láctea
Mãe de todo farto agrado


domingo, 18 de setembro de 2016

Protágoras



Com efeito, esses, porque, por falta de educação, não são capazes de se entreterem, durante a bebida, nem com a sua própria voz nem com os seus próprios discursos, estabelecem um preço às tocadoras de flauta, pagam bem caro e é com essas vozes que se entretêm uns aos outros. Pelo contrário, em sítio onde, em conjunto, bebam homens que atingiram a perfeição e receberam educação, não verás nem tocadoras de flauta, nem bailarinas, nem tocadoras de harpa; antes, bastam-se a si próprios para se entreterem sem essas lérias ou criancices porque têm as suas vozes e falam e ouvem ordenadamente e à vez, mesmo que bebam vinho em abundância. Do mesmo modo, também essas reuniões, se são constituídas por homens como a maior parte de nós diz ser, não precisam nem de vozes alheias, nem de poetas, a quem não é possível perguntar acerca do que falam. As pessoas que os citam nos seus discursos dizem o que o poeta pensa e discutem sobre um assunto que lhes é impossível refutar. É preferível, antes, que se entretenham a si próprios, pelos seus próprios meios e se ponham à prova uns aos outros, ao tomar a palavra ou ao dar a réplica, com os seus discursos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016



cauta galhardia ao espiar essa voragem
que quem mira ao fundo vai
bem adentro do apetrecho
e do uso um túnel faz
que pra volta não tem jeito
Traz um lume, um lume traz
cingido de crateras
Várias eras era sol,
Agora lua mera

quinta-feira, 4 de agosto de 2016



E na Grécia, se houvesse, o profeta do ordinário diria: mas por que, Jasão, conquistar velocino de ouro? Partir por mares desconhecidos em expedição com Hércules, Orfeu, Teseu, Castor e Polux...  Pra quê? O que provar com isso?

Tudo que possas ou sonhas fazer, comece. A audácia contém gênio, poder e magia. Goethe

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A objeção, o distanciamento, a desconfiança alegre, a ironia, são sinais de saúde; tudo o que é absoluto pertence aos domínios da patologia

N.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Queimando quando a vida arde em paixões interessadas, caminhos de minhoca, túneis quentes peristaltando, jorrando adiante, a nós e a solução. Misturando no mundo os caminhos que tragam com os tragados, em tragos de fumaça e noite. A lua esfumaçada entre nuvens prateadas acoberta o ronco da tempestade porvir... Quando nunca se pensou numa brisa perene? Num flume suspenso que carrega longe e leva a brilhar o sol por toda via... O Horizonte bebendo em cascata contínua doce de gema de ovo com creme de clara em neve. Ó Jardim branco atravessado do rio-sol-céu, me flagro vermelho às tuas margens, posto aos poros, suspiro.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Latvia - music of solar rites.
Aij, Zaļāji Līdaciņa
Tēvis, tēvis, tais' man laivu
Skyforger - Pruushu Meita Karaa Jaaja
Skyforger - Zviegtin' zviedza kara zirgi
Laimas Muzykanti - Dzārojeņš

quarta-feira, 6 de julho de 2016

noda-se em pataquadas, agitado na água rasa
quem patavina vaticina por desengonçadas patadas
algumas coisas cobram tempo, outras puro intento
e há as que se fazem de esquivas, resistindo em rinha
típica conhecida que provoca o movimento tencionado
desconfia pra testar a firmeza do propósito
pra saber se vale mesmo a importância
se passa de sedutora dança e enganoso truque
esquece porém que seu pé atrás segura o jogo
e até mesmo o bom fogo pode nisso se apagar

terça-feira, 5 de julho de 2016

outra me disse:
"morro a cada dia em que me mato.
morro em desacato, contínuo,
num mato sem rio, sem fino fio
de água em laço, sem regaço"

sexta-feira, 1 de julho de 2016

sexta-feira, 24 de junho de 2016


Eu passo arremessando uma peteca,
me aliciaram, não comecei,
“a dança continua”.
São sobes e desces de ida e vinda,
entrega, recepção, avanço, retrocesso, esquiva
em movimentos muitas vezes espirais
que só mesmo uns astros bem distantes
pra apontar e dizer:
“atração e repulsão,
malabarismo de gravidades e eletromagnetismos
aproximações e afastamentos,
‘refluxo’, ‘retenção’, ‘transbordo’, ‘tempestade’, bonança’, ‘tempo de arriscar’”.
Ser-em-movimento, se deixa atravessar,
o vento ensina o ar e depois corre novamente,
já aprendeu a assobiar na mente? Passa

Silêncio e som.
Quando chove
Fica cheio o balde bom

Na calmaria pós-tormenta,
é bom catar na praia.
Os destroços de anteontem
podem virar novo barco
ou motivo pra navegar
Honremos as vigas partidas
Cortando o horizonte
com novos mastros e velas coloridas

um avião. voltas vendo a geografia viva

quinta-feira, 2 de junho de 2016

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O que torna a tese dos “oito circuitos mentais” absolutamente revolucionária é o conceito de drogas como tecnologias mentais. Na visão de Wilson, psicoativos como LSD ou Ketamina poderiam incrementar um processo de desprogramação (desfazendo “túneis de realidade” egóicos), o que nos permitiria dar um “salto quântico” evolutivo;

O número OITO, como 'oito de circuitos mentais', teria uma estranha recorrência em várias doutrinas, como na pitagórica e sua Lei das Oitavas, nos 64 hexagramas do I-Ching, na cadeia de 64 codons de DNA, nos múltiplos de 8 da geometria sinérgico-energética do arquiteto visionário Buckminster Fuller, e nas oito famílias de Elementos da Tabela Periódica de Mendeleyev.

Essa constante referência à oitava foi aprofundada por Leary e Wilson em dois outros livros ('Periodic Table of Evolution' e 'Game of Life') conectando a numérica na Cabala, no Tarot e no Zodíaco. O estudo comparado permitiria novas descobertas a respeito dos códigos e símbolos ocultistas, de modo a fertilizar a imaginação e auxiliar na expansão de áreas mais tradicionais do saber.

Wilson chegará a uma das mais originais sínteses contemporâneas do científico-espiritual, a tese defendida pelos irmãos Terence e Dennis McKenna em The Invisible Landscape. A hipótese do mundo holográfico, o cálculo das escalas de tempo de acordo com os 64 hexagramas do I-Ching, o “despertar cósmico” (escathon) de 2012, como o ponto Ômega de Theilhard de Chardin, e sobretudo a ação de psicodélicos abrindo para centros neurais superiores a informação quântica dentro do DNA, são todos pontos da teoria dos McKenna que parecem essenciais para linkar a imensa rede traçada em Cosmic Trigger.

-O Gatilho Cósmico.
Boa parte do texto foi pego no site protopia.wikia.com

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Red Book, Jung


Dar e Receber, vezes sem fim,
fizeste de mim, guarida provisória.
Sendo mais, tendo menos,
preterido meu eu, conheci o Pequeno,
Anão da Porta que visa o Vasto,
adora Montanhas, cultua os Astros
Chama que clama: vamos ao Centro
Sagrada Jornada Labirinto do Alento
de Curvas e Força, pra encontrar o Alvo
onde, sem esperar nada,
disparo minha Alma.